INSTITUTO
DAS FILHAS DE MARIA SERVAS DE CARIDADE
1. O Fundador do
Instituto das Filhas de Maria Servas de Caridade
Pe. José Venâncio de Melo nasceu no dia 24 de janeiro de 1866 na fazenda da Mata Boa Vista, um povoado de Pains, na atual diocese de Luz, no Estado de Minas Gerais.
Pe. José Venâncio de Melo nasceu no dia 24 de janeiro de 1866 na fazenda da Mata Boa Vista, um povoado de Pains, na atual diocese de Luz, no Estado de Minas Gerais.
Membro de uma família
profundamente religiosa, foi educado num colégio mantido pelos padres da
Congregação da Missão. Desde muito cedo, na sua juventude, despertou o desejo
de ser missionário. Entrou para o seminário diocesano aos 18 anos de idade e
logo depois decidiu prosseguir seus estudos na Congregação da Missão para
seguir o exemplo de São Vicente de Paulo.
Estudou em Paris onde
emitiu os votos no dia 5 de julho de 1887. Voltando ao Brasil em 1889,
dedicou-se à educação da juventude em Petrópolis, RJ, em Curitiba, PR, e na
Bahia.
2. Origem do
Instituto das Filhas de Maria Servas da Caridade
No dia 29 de janeiro de 1915, Pe. José Venâncio de Melo chegou a Recife - PE e viu um quadro desolador à sua frente. Seu olhar assumiu a ótica de Jesus Cristo e de São Vicente de Paulo ao ver tamanha miséria e pobreza.
No dia 29 de janeiro de 1915, Pe. José Venâncio de Melo chegou a Recife - PE e viu um quadro desolador à sua frente. Seu olhar assumiu a ótica de Jesus Cristo e de São Vicente de Paulo ao ver tamanha miséria e pobreza.
Ele mesmo disse: “Ao ver,
percorrendo as ruas desta cidade, diariamente, centenas e mesmo milhares de
mendigos que estendiam as mãos à Caridade, eu me sentia impressionado com este
triste espetáculo e, me lembrando de que São Vicente de Paulo, no seu tempo,
tinha sabido remediar esse mal da mendicidade em todas as cidades, onde o
encontrava, eu desejava também ver em Recife sanado esse mal por uma
assistência da pobreza bem ordenada”.
Em Recife Pe. José
Venâncio de Melo foi membro da comunidade dos Coirmãos da Congregação da Missão
que residiam no Bairro dos Coelhos. No campo de ação apostólica, os Padres que
já estavam lá precisavam muito de ajuda.
Para Pe. José Venâncio de Melo, sua estada no Recife seria de breve
duração; para os planos divinos, porém, seria aquela etapa de sua vida a fase
mais operosa de toda a sua existência. Deus tinha muito a falar por meio Pe.
José Venâncio de Melo e dos acontecimentos daquela época, naquela cidade com
problemas tão complexos em todos os níveis imagináveis.
Pe. José Venâncio de Melo
começa a perceber a realidade e a fazer um quadro panorâmico das coisas. Sente
na carne o sofrimento dos nordestinos que foram obrigados a deixar suas terras
devido à seca do sertão. Sem terem como sobreviver, refugiavam-se nas
periferias de Recife. Sem terem onde fixar moradia, perambulavam pelas ruas,
mendigando o pão para o sustento de cada dia.
Inflamado pela Caridade,
Pe. José Venâncio de Melo procura solucionar aquela situação de emergência,
fundando um dispensário para prover de alimentos os famintos.
Recebendo
todo apoio e cobertura do Arcebispo de Olinda e Recife, D. Sebastião Leme, Pe.
José Venâncio de Melo viu crescer aquela obra, que chegou a atender,
semanalmente, mais de mil pessoas.
Mas ainda não era suficiente para suprir as necessidades locais. Como
extensão do dispensário funcionava um albergue noturno para os Pobres que
chegavam a Recife e, não sendo atendidos no Hospital D. Pedro II, necessitavam
de um lugar para passar a noite.
Com o passar do tempo,
Pe. José Venâncio de Melo, além dos trabalhos assistenciais que realizava,
fundou o Jardim dos Pobres, onde eram construídas pequenas casas para os
indigentes, ao mesmo tempo em que eles se ocupavam com trabalhos de
horticultura.
Foi dessa experiência que
surgiu a Escola de Educação Agrícola. Em 1919 foi fundada a Companhia de
Caridade cuja finalidade era garantir o futuro das obras.
Pe. José Venâncio de Melo, ao longo de sua caminhada junto aos Pobres, começou a perceber que seria necessário não apenas dar coisas para os Pobres; era necessário promovê-los através de uma educação sistemática, garantindo assim um futuro promissor.
Por isso, começou então a
preocupar-se com a educação intelectual, moral e espiritual daqueles que não
tinham ninguém por eles. Para melhor encaminhar as crianças e os jovens,
preparou-os para um futuro mais seguro, criando mais de uma dezena de escolas
em diferentes bairros.
Além das escolas, fundou albergues para os desabrigados, lares de
convivência para os idosos e idosas, abrigos para viúvas que não tinham para
onde ir com seus filhos, dando assim, além da moradia, condições para o
trabalho fora do lar, na busca da sobrevivência.
Segundo o Pe. José
Venâncio de Melo, o apóstolo, na ação, para que o trabalho possa produzir os
seus efeitos para com os Pobres, necessita de três fundamentos: a humildade, a
eucaristia e a oração.
Fundou um centro de catequese que, inaugurado com a presença do Arcebispo
D. Sebastião Leme, tinha o objetivo de evangelizar, levando a educação e a fé
cristã aos moradores de rua, às crianças e aos Pobres dos albergues e dos lares
e abrigos para as pessoas idosas.
Em 1917 fundou a Escola
Doméstica Dona Maria Borba. Logo ao fundá-la contou com a colaboração da jovem
Maria Mercedes da Rocha Carvalho, que, além do apoio e ajuda que prestava ao
Pe. José Venâncio de Melo, assumiu, logo no ato da fundação, como diretora da
escola.
Como esse educandário crescesse de forma vertiginosa e a cada dia aumentasse
o número das internas, aconselhada pelo Pe. José Venâncio de Melo, Maria
Mercedes procurou, entre as internas, algumas jovens que pudessem auxiliá-la na
direção e na organização da casa. Convidou para este ofício duas pessoas que,
para dar-lhes um grau de autoridade, chamou de mestras. Eram elas Concessa
Correia e Maria da Anunciação Pimentel.
A força conjunta destas três jovens foi abençoada por Deus. Só ele é quem sabe do bem que foi realizado para as pessoas que passaram por aquela casa.
3. Fundação do Instituto das Filhas de Maria Servas da Caridade
A obra do Pe. José
Venâncio de Melo crescia a cada dia. Ele sentia a grande necessidade da
presença de religiosas para acompanharem de perto esse trabalho de serviço aos
Pobres. Procurou-as por toda parte, mas não conseguiu uma congregação que
pudesse se disponibilizar, no momento, para aquele trabalho.
Nasceu então a idéia de
organizar uma família religiosa para que pudesse cuidar das obras por ele
iniciadas. Conversando com o então Arcebispo de Olinda e Recife, D. Miguel de
Lima Valverde, ele lhe teria dito: “O senhor tem na sua obra pessoas dedicadas
e boas que estão ajudando há muito tempo, com espírito de irmãs de Caridade;
por que não lhes dá um regulamento e um estatuto, para viverem em comum, como
as pessoas religiosas, de que fala o terceiro título do Código de Direito
Canônico?”.
Foram feitos esses
estatutos e, no dia 28 de dezembro de 1919, sob a presidência do Arcebispo D.
Miguel de Lima Valverde, assistido pelo Pe. José Venâncio de Melo, Diretor-Presidente
da Companhia da Caridade, no salão das sessões da mesma companhia, que tinha
como sede a Escola Doméstica D. Maria Borba, à Rua São Gonçalo, 109, foi
fundada a Pia Associação do Instituto das Filhas de Maria Servas da Caridade.
Nessa reunião estavam presentes doze jovens dispostas a dar continuidade
ao trabalho com os Pobres. Eram elas: Mercedes da Rocha Carvalho, Maria da
Anunciação Pimentel, Concessa Correia da Silva, Maria da Exaltação Oliveira,
Severina Gomes, Maria Izabel da Silva, Cecília Galinho, Estelita Pimentel,
Helena Correia, Maria da Conceição Carneiro, Elisa Lopes de Araújo,
Maria Antônia de Albuquerque e Francisca Luna.
Escreveu Pe. José
Venâncio de Melo: “As obras que a Companhia de Caridade fundou e mantém não
podem subsistir se não houver grande dedicação e interesse e um grande amor a
Deus e ao próximo. O mercenário não poderá jamais ser capaz dos sacrifícios que
o amor de Caridade exige” (Motivação feita na apresentação do relatório de
1929-1930).
4. Finalidade do Instituto das Filhas de Maria Servas da Caridade
A finalidade específica das Filhas de Maria Servas da Caridade continua sendo estar a serviço das pessoas mais pobres (Cf. Mt 25,31-46; Puebla nº 906): crianças, jovens, adultos e idosos desamparados e com eles lutar pela instauração do Reino de amor e da justiça de Deus no meio de seu povo (Ferreira, Ir. Maria das Dores, Instituto das Filhas de Maria Servas dos Pobres, In Informativo São Vicente, A Família Vicentina no Brasil, Número especial, nov/dez de 1981 – Ano XV, pág. 77-81).
4. Finalidade do Instituto das Filhas de Maria Servas da Caridade
A finalidade específica das Filhas de Maria Servas da Caridade continua sendo estar a serviço das pessoas mais pobres (Cf. Mt 25,31-46; Puebla nº 906): crianças, jovens, adultos e idosos desamparados e com eles lutar pela instauração do Reino de amor e da justiça de Deus no meio de seu povo (Ferreira, Ir. Maria das Dores, Instituto das Filhas de Maria Servas dos Pobres, In Informativo São Vicente, A Família Vicentina no Brasil, Número especial, nov/dez de 1981 – Ano XV, pág. 77-81).
Nos anos de 1970 as Irmãs
fizeram um redimensionamento das obras e dirigiram-se para a inserção nos meios
populares, num esforço de estar mais próximas às pessoas pobres e com elas
construir o Reino de Deus.
Conseqüentemente a
preparação de novas Irmãs dá-se nos meios populares.
As Irmãs estão a serviço
também em obras de acolhida com abrigos para idosas e idosos, para doentes que
vêm do interior ou de outros Estados para o tratamento de saúde; em casas de
apoio a menores de rua, despertando neles a valorização como pessoa e
encaminhando-os para instituições de recuperação ou para famílias; estão
presentes nas paróquias onde moram os mais pobres, nas comunidades carentes e
nas favelas, num serviço de conscientização, promoção, humanização e
evangelização, de despertar para a solidariedade. Há um trabalho missionário na
Amazônia.
Emblema
TRÊS CÍRCULOS BRANCO:
A
S.S. Trindade, em cuja a presença devem andar as servas da caridade.
PX NA CRUZ:
Cristo
que se doou até o fim pela salvação do mundo.
TERÇO:
A
devoção que as servas da caridade tem a nossa Senhora.
VELA ACESA:
As
servas da caridade que, por amor à Cristo se consomem no serviço e doação aos
pobres.
COR AZUL:
A
serenidade que devem ter as Servas da Caridade.
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